Com esse clima bom da bienal de SP acontecendo (que infelizmente não vou, mas isso nem é novidade), resolvi falar sobre os livros de dois escritores amorzinhos meus: Clarice Freire e Pedro Gabriel. Eles são escritores de Pó de Lua e Eu Me Chamo Antônio, e estão com lançamentos agora na bienal.
Vamos começar falando da Clarice e do seu lindo Pó de Lua. Ela é uma publicitária pernambucana que criou uma página no Facebook sem nenhuma pretensão para guardar seus textos e desenhos, a qual ela deu o nome de Pó de Lua. Com textos criativos e reflexivos, Clarice usou seu talento com o intuito de 'diminuir a gravidade das coisas', e desde então, conforme o número de fãs foi aumentando, ela decidiu publicar um livro com o mesmo título da página, com textos já conhecidos e outros novos, o qual é dividido em quatro partes, que se baseiam nas fases da lua. O livro é lindo e criativo, e é admirável o talento que ela tem com apenas um pedaço de papel e uma caneta em mãos.
Eu conheci Pó de Lua
através do Tumblr, onde vi alguns dos seus lindos versos e me apaixonei, e
então resolvi pesquisar. A forma simples e divertida com que Clarice brinca com
as palavras foi um dos pontos chave que me fez gostar tanto do livro, e essa é
uma característica que ele tem em comum com Eu Me Chamo Antônio.
Não foi de forma diferente de que conheci também o Pedro Gabriel e seu encantador Antônio, personagem que nos “escreve” o
livro Eu Me Chamo Antônio. Estava lá
dando aquela sondada legal no Tumblr (sim, eu sou viciada nessa rede social),
quando apareceu uma imagem do livro (essa abaixo), e eu fiquei curiosa e fui lá
pesquisar. Passei um tempo achando até que o Pedro se chamava Antônio, e foi
engraçado quando descobri que eles eram “pessoas distintas”, pois foi meio que
uma surpresa.
O Pedro é natural de uma cidade Africana
chamada N´Djamena, capital do Chade, e veio para o Brasil em 1996, quando tinha
12 anos. Ele diz que essa distância foi transformada em poesia, e acabou sendo
impulso para começar a escrever e desenhar. Também contou em um bate papo, o qual
tive o prazer de estar presente ( bate papo esse que aconteceu na Bienal do
Livro de Alagoas de 2015, o qual ele dividiu o palco com a linda da Clarice)
como começou a escrever os versos do livro em guardanapos no café favorito
dele, o Café Lamas, lá no RJ, e criou, assim como a Clarice, uma página para
guardar imagens dos seus desenhos, que acabou ganhando um grande numero de
leitores, e resultou no lançamento do livro.
Apesar de ambos os livros terem essa ideia de poesias e desenhos,
cada um tem as suas características que os torna únicos. Como, por exemplo, o
Eu Me Chamo Antônio ser todo escrito em guardanapos, e o Pó de Lua ser
inspirado no formato de caderno moleskine, cheio de traços delicados. A leitura
dos dois é rápida, fluida e reflexiva. Recomendo muito, vocês não irão se
arrepender!